Novas plantas transformam rejeito em pellet feed
Com três plantas em operação (Central, Oeste e Finos) e duas em fase final de montagem do Projeto Friáveis (Samambaia e Flotação), a Mineração Usiminas produz três tipos de produtos finais, o lump, para consumo em altos fornos, com granulometria entre 32 e 6.3 mm; o sinter feed, com teor de Fe de 63.0% e granulometria acima de 40% em 1.0 mm; e o pellet feed, com teor de Fe de 66.0%.
As plantas em operação são responsáveis pelo processo de beneficiamento de todo o minério extraído da mina, que passa pelas etapas de britagem primária e secundária e diversas fases de classificação realizadas por peneiras vibratórias,classificadores hidráulicos e hidrociclones.
Espessador de lamas e tanques de água e rejeito da ITM Samambaia, Projeto Friáveis
Os processos de concentração são realizados gravimetricamente, por separação magnética. Nesses processos, os principais equipamentos utilizados são espirais concentradores, jigs, tambores magnéticos e separadores magnéticos de alta intensidade.
“Na planta de flotação, o que temos de diferente desses equipamentos é o circuito de cominuição por moinhos de bolas e o próprio circuito de flotação, com colunas e células de flotação. Para fazer o desaguamento do produto, que é o pellet feed, a operação terá filtros a disco vertical. Além de equipamentos básicos, como correrias transportadoras, britadores de mandíbula e cônico, peneira vibratória, alimentador vibratório, entre outros”, explica o gerente de beneficiamento, Guilherme Melo.
O minério bruto que é extraído da mina e levado às plantas tem tamanho variado e pode superar 80 cm. Todas as plantas são dimensionadas para ter um circuito de cominuição e limitar os produtos a uma determinada especificação de qualidade e tamanho padrão. De acordo com o gerente, dos três tipos de produtos produzidos, o granulado é comercializado para ser usado diretamente nos altos fornos de siderurgia, e possuem dois tipos: granulado grosso, que vai de 32 mm até 10 mm e o fino, que varia de 20 mm até 6,3 mm. Já o sinter feed, que é o principal produto comercializado, é destinado às sinterizações, processo de aglomeração de minério para posterior uso em alto forno. O produto mais fino é pellet feed, que é vendido para ser utilizado em processos de aglomeração.
“O sinter feed é o principal produto para a mineradora por ser o mais utilizado pela Usiminas, que é nosso principal cliente. Ele é o que produzimos em maior quantidade para atender a demanda. No sinter feed também realizamos uma blendagem com o pellet feed”, afirma Melo. O segundo produto de maior demanda na mineradora é o pellet feed, que dos três produtos, possui o maior teor de minério, acima de 66%. Ainda de acordo com ele, o minério alimentado na planta possui muitas impurezas, principalmente o quartzo.
Atualmente, as plantas operam em plena capacidade e a mineradora está se preparando para o início de produção na planta Samambaia, que será a primeira do Projeto Friáveis a ser inaugurada nesse terceiro trimestre de 2013, de acordo com previsão da empresa. A outra planta, de flotação, tem previsão de inicio de start up e ramp up até o final de 2013.
“Os minérios que alimentam nossas plantas são chamados de itabirito friável, que têm um teor de ferro considerável. O Projeto Friável terá como principal beneficio a utilização de equipamentos de grande porte e a recuperação do máximo possível de teor com os processos novos, o que não conseguíamos antes com as plantas antigas. Teremos uma operação mais robusta. Conseguiremos recuperar mais os finos que antes perdíamos e aumentar o volume de pellet feed”, destaca o gerente. A planta de flotação, que será exclusiva para pelet feed, foi concebida para receber os rejeitos das plantas atuais e os finos estocados nas barragens.
Para o gerente, o principal desafio é realizar e garantir o start up e ramp up das duas plantas do Projeto Friáveis nesse segundo semestre de 2013. Para isso, no início da implantação do projeto, foi criado um grupo pré-operacional que acompanhou toda a parte de montagem, comissionamento e procedimentos de operação para, futuramente, dar suporte à operação. Uma equipe técnica também está sendo treinada para iniciar a operação das plantas.
De acordo com o gerente geral de operação, Rodrigo Toubes, outro desafio será o tempo para o start up e ramp up das novas plantas. “A Samambaia tem previsto três meses de ramp up. No entanto, estudando o mercado, apuramos que plantas com essas características, o ramp up mais rápido foi de seis meses. Então, pretendemos fazê-lo na metade do tempo”, ressalta Toubes, “já a planta de flotação, prevemos ramp up de nove meses, sendo que o normal seria dois anos.
Será um grande desafio”, complementa.
“O Projeto Friáveis em operação será um marco para a Mineração Usiminas. Na região oeste do quadrilátero ferrífero, será única empresa que terá esse porte de operação. E teremos também o importante benefício que é reduzir os passiveis ambientais representados pelas barragens de rejeito. Seremos capazes de gerar produtos através de um rejeito que está estocado há anos”, finaliza Melo.
Fonte: Revista Minérios & Minerales